Figura 1. Exemplo de chaveiros desenvolvidos no LAPOS.
Aqui um exemplo de aplicação desenvolvido no Laboratório de Polímeros e Sistemas (LAPOS) da Universidade Estadual de Santa Cruz – UESC é apresentado em conjunto com a aplicação das etapas envolvidas, permitindo ressaltar as vantagens do procedimento proposto seguindo as etapas apresentadas na seção anterior.
Etapa 1 – Levantamento das técnicas Utilizadas no Processo de Fabricação- Nesta seção são relacionados os materiais utilizados para a fabricação dos compósitos poliméricos em formato de chaveiros e, também, os procedimentos adotados para o processamento dos materiais. A técnica para o processamento das matérias-primas foi adquirida através de experimentos práticos realizados no laboratório LAPOS da Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC) em Ilhéus, BA (vide detalhes em Fornari Júnior & Souza, 2010).
Dois modelos de compósitos são fabricados no laboratório: os corpos de prova e os chaveiros. Os corpos de prova são utilizados para ensaios mecânicos de resistência à tração, flexão, compressão e impacto. No caso dos chaveiros, somente é utilizado como elemento de reforço a fibra do coco (chaveiros com fibras de piaçavas não são produzidos). As figuras 13 e 14 ilustram os chaveiros e corpos de prova (para ensaio de flexão) produzidos no LAPOS respectivamente.
As tabelas que seguem mostram o caminho percorrido até o cálculo dos indicadores VPL e TIR. Primeiramente, levantou-se os dados do investimento físico, conforme Tab. (1). Em seguida, foram calculados os custos fixos , relacionados na Tab. (2). Após o cálculo dos custos fixos, levantou-se os custos variáveis, relacionando a quantidade de matéria-prima e seu custo estimado, prevendo uma produção de 2000 chaveiros mensais, totalizando 24000 chaveiros/ano, vide Tab.(3). A Tab. (4) resume o custo da produção de chaveiros.
Tabela 1 - Investimento físico do projeto (fonte: LAPOS)
Investimento físico
| |
Máquina
|
Valor (R$)
|
Estufa
|
4000
|
Agitador elétrico
|
1200
|
Peneira granulométrica
|
2400
|
Balança eletrônica
|
900
|
Moinho de bolas
|
4500
|
Total
|
13000
|
Tabela 2 - Custos fixos do projeto (fonte: LAPOS).
Custos fixos
| |
Discriminação
|
Valor mensal (R$)
|
Depreciação (10% aa)
|
108,33
|
Manutenção (5% aa)
|
54,17
|
Tarifa de eletricidade
|
400
|
Outros custos (lubrificantes, material de limpeza etc.)
|
300
|
Total
|
862,50
|
Total/ano
|
10350,00
|
Tabela 3 - Custos variáveis do projeto.
Custo variável
| |||
Discriminação (Matéria-Prima)
|
Qtde Nec. Mensal
|
Valor (R$)
|
Valor mensal (R$)
|
Fibras de coco
|
2 kg
|
0
|
0
|
Resina poliéster
|
40 kg
|
17,00/kg
|
680
|
Iniciador
|
400 ml
|
20,00/100ml
|
80
|
Corante
|
600 g
|
1,50/45g
|
20
|
Argola
|
2000
|
0,05
|
100
|
Embalagem
|
2000
|
0,1
|
200
|
Silicone (forma)
|
5 kg (100 formas)
|
50,00/kg
|
250
|
Mão-de-obra
|
2
|
400
|
800
|
Custo variável mensal (para 2000 chaveiros/mês)
|
2130,00
| ||
Custo variável anual (Custo variável mensal x 12 meses)
|
25560,00
| ||
Custo unitário (Custo variável anual/24000 chaveiros)
|
1,07
|
Tabela 4 - Custos de produção resumidos do projeto.
Custo da produção
| |||
Discriminação
|
Custos fixos (R$)
|
Custos variáveis (R$)
|
Total (R$)
|
Custo mensal
|
862,50
|
2130
|
2992,50
|
Quantidade
|
2000
|
2000
|
2000
|
Custo unitário
|
0,43
|
1,07
|
1,50
|
O custo variável foi calculado para uma quantidade estipulada de 2000 chaveiros mensais. No entanto, a quantidade de chaveiros vendida não será a mesma para todos os anos. Assim, estipulou-se que, no primeiro ano, seriam vendidos 2000 chaveiros por mês, totalizando 24000 chaveiros no ano e, para os próximos cinco anos, já que o fluxo de caixa foi feito para seis anos, considerou-se que a venda de chaveiros aumentaria de cem unidades por mês a cada ano. Esses dados são visualizados na Tab. (5).
Tabela 5 - Quantidade estipulada de chaveiros vendida em seis anos de projeção.
Quantidade de chaveiros vendidos
| ||
Ano
|
Vendas/mês (unidades)
|
Vendas/ano (unidades)
|
1
|
2000
|
24000
|
2
|
2100
|
25200
|
3
|
2200
|
26400
|
4
|
2300
|
27600
|
5
|
2400
|
28800
|
6
|
2500
|
30000
|
Como os custos variáveis dependem da quantidade de chaveiros produzidos, é necessário que se calcule o custo variável para cada quantidade estipulada anteriormente. Isso pode ser feito multiplicando-se o custo variável unitário (R$ 1,07) pela quantidade produzida no ano. Os resultados são mostrados na Tab. (6).
Tabela 6 - Custos variáveis para cada ano.
Custo variável/ano
| ||
Ano
|
Quantidade/ano
|
Custo variável total em R$ (Qtde/ano x R$1,07)
|
1
|
24000
|
25560
|
2
|
25200
|
26838
|
3
|
26400
|
28116
|
4
|
27600
|
29394
|
5
|
28800
|
30672
|
6
|
30000
|
31950
|
Somando-se o custo fixo total, vide Tab. (2), e o custo variável total de cada quantidade para cada ano, relacionados na Tab. (6), tem-se as saídas para cada ano, relacionados na Tab. (7).
Tabela 7 - Saídas do projeto por ano.
Saídas do projeto/ano (custo fixo/ano + custo variável/ano)
| |
Ano
|
Saída total no ano (R$)
|
1
|
35910
|
2
|
37188
|
3
|
38466
|
4
|
39744
|
5
|
41022
|
6
|
42300
|
Após pesquisas realizadas no mercado, constatou-se que a maioria dos produtos com requisitos de sustentabilidade possui um valor agregado, o que os deixa com preços mais elevados que os produtos comuns. No caso do chaveiro, que já vinham sendo vendidos por discentes na UESC a R$ 2,00, o acréscimo no preço foi de 20% em relação aos chaveiros comuns e semelhantes a ele, que custam em torno de R$1,68, segundo dados levantados em sites que vendem brindes. Sendo assim, como o custo unitário de cada chaveiro é R$1,50, conforme a Tab. (8), o lucro unitário será de R$0,50. Após a determinação do preço de venda e da quantidade de chaveiros que seria vendida por mês e, com isso, no ano, pôde-se então calcular as entradas anuais do projeto.
Tabela 8 - Entradas anuais do projeto.
Entradas anuais
| ||
Ano
|
Quantidade/ano x Preço (R$2,00)
|
Entrada total no ano (R$)
|
1
|
24000 x 2,00
|
48000
|
2
|
25200 x 2,00
|
50400
|
3
|
26400 x 2,00
|
52800
|
4
|
27600 x 2,00
|
55200
|
5
|
28800 x 2,00
|
57600
|
6
|
30000 x 2,00
|
60000
|
Com os valores obtidos até aqui, pôde-se então elaborar o fluxo de caixa do projeto, conforme relacionado na Tab. (9). O fluxo de caixa foi calculado da seguinte forma: entrada/ano – saída/ano. A partir deste fluxo, calculou-se o VPL e a TIR, com o auxílio do software Excel®. A TMA considerada para o projeto foi 10%, duas vezes a taxa proporcionada pela aplicação do capital m caderneta de poupança. Assim: VPL=R$50.520,74 e TIR=99,243%. Essa análise, considerando apenas o VPL e a TIR, mostra que o projeto é viável. No entanto, ela não considera os riscos das variáveis aleatórias e, por isso, uma análise mais precisa e detalhada deve ser feita. Neste trabalho, essa análise detalhada é feita por meio da MCS, mostrada na seção a seguir.
Tabela 9 - Fluxo de caixa do projeto.
Fluxo de caixa (Entradas/ano – Saídas/ano)
| ||||||
ANO 0
|
ANO 1
|
ANO 2
|
ANO 3
|
ANO 4
|
ANO 5
|
ANO 6
|
-R$13000
|
R$12090
|
R$13212
|
R$14334
|
R$15456
|
R$16578
|
R$17700
|
Referências
Autor: Prof. Robson Marinho
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