domingo, 21 de outubro de 2012

Exemplo de Aplicação do Procedimento Para Decisão de Investimento Basedo na Simulação de Monte Carlo - Etapa 1


Exemplo de Aplicação do Procedimento Para Decisão de Investimento Basedo na Simulação de Monte Carlo







Figura 1. Exemplo de chaveiros desenvolvidos no LAPOS.

Aqui um exemplo de aplicação desenvolvido no Laboratório de Polímeros e Sistemas (LAPOS) da Universidade Estadual de Santa Cruz – UESC é apresentado em conjunto com a aplicação das etapas envolvidas, permitindo ressaltar as vantagens do procedimento proposto seguindo as etapas apresentadas na seção anterior.
Etapa 1 – Levantamento das técnicas Utilizadas no Processo de Fabricação- Nesta seção são relacionados os materiais utilizados para a fabricação dos compósitos poliméricos em formato de chaveiros e, também, os procedimentos adotados para o processamento dos materiais. A técnica para o processamento das matérias-primas foi adquirida através de experimentos práticos realizados no laboratório LAPOS da Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC) em Ilhéus, BA (vide detalhes em Fornari Júnior & Souza, 2010).
Dois modelos de compósitos são fabricados no laboratório: os corpos de prova e os chaveiros. Os corpos de prova são utilizados para ensaios mecânicos de resistência à tração, flexão, compressão e impacto. No caso dos chaveiros, somente é utilizado como elemento de reforço a fibra do coco (chaveiros com fibras de piaçavas não são produzidos). As figuras 13 e 14 ilustram os chaveiros e corpos de prova (para ensaio de flexão) produzidos no LAPOS respectivamente.
As tabelas que seguem mostram o caminho percorrido até o cálculo dos indicadores VPL e TIR. Primeiramente, levantou-se os dados do investimento físico, conforme Tab. (1). Em seguida, foram calculados os custos fixos , relacionados na Tab. (2). Após o cálculo dos custos fixos, levantou-se os custos variáveis, relacionando a quantidade de matéria-prima e seu custo estimado, prevendo uma produção de 2000 chaveiros mensais, totalizando 24000 chaveiros/ano, vide Tab.(3). A Tab. (4) resume o custo da produção de chaveiros.

Tabela 1 - Investimento físico do projeto (fonte: LAPOS)

Investimento físico
Máquina
Valor (R$)
Estufa
4000
Agitador elétrico
1200
Peneira granulométrica
2400
Balança eletrônica
900
Moinho de bolas
4500
Total
13000

Tabela 2 - Custos fixos do projeto (fonte: LAPOS).

Custos fixos
Discriminação
Valor mensal (R$)
Depreciação (10% aa)
108,33
Manutenção (5% aa)
54,17
Tarifa de eletricidade
400
Outros custos (lubrificantes, material de limpeza etc.)
300
Total
862,50
Total/ano
10350,00

Tabela 3 - Custos variáveis do projeto.

Custo variável
Discriminação (Matéria-Prima)
Qtde Nec. Mensal
Valor (R$)
Valor mensal (R$)
Fibras de coco
2 kg
0
0
Resina poliéster
40 kg
17,00/kg
680
Iniciador
400 ml
20,00/100ml
80
Corante
600 g
1,50/45g
20
Argola
2000
0,05
100
Embalagem
2000
0,1
200
Silicone (forma)
5 kg (100 formas)
50,00/kg
250
Mão-de-obra
2
400
800
Custo variável mensal (para 2000 chaveiros/mês)
2130,00
Custo variável anual (Custo variável mensal x 12 meses)
25560,00
Custo unitário (Custo variável anual/24000 chaveiros)
1,07

Tabela 4 - Custos de produção resumidos do projeto.

Custo da produção
Discriminação
Custos fixos (R$)
Custos variáveis (R$)
Total (R$)
Custo mensal
862,50
2130
2992,50
Quantidade
2000
2000
2000
Custo unitário
0,43
1,07
1,50

O custo variável foi calculado para uma quantidade estipulada de 2000 chaveiros mensais. No entanto, a quantidade de chaveiros vendida não será a mesma para todos os anos. Assim, estipulou-se que, no primeiro ano, seriam vendidos 2000 chaveiros por mês, totalizando 24000 chaveiros no ano e, para os próximos cinco anos, já que o fluxo de caixa foi feito para seis anos, considerou-se que a venda de chaveiros aumentaria de cem unidades por mês a cada ano.  Esses dados são visualizados na Tab. (5).

Tabela 5 - Quantidade estipulada de chaveiros vendida em seis anos de projeção.

Quantidade de chaveiros vendidos
Ano
Vendas/mês (unidades)
Vendas/ano (unidades)
1
2000
24000
2
2100
25200
3
2200
26400
4
2300
27600
5
2400
28800
6
2500
30000

Como os custos variáveis dependem da quantidade de chaveiros produzidos, é necessário que se calcule o custo variável para cada quantidade estipulada anteriormente. Isso pode ser feito multiplicando-se o custo variável unitário (R$ 1,07) pela quantidade produzida no ano. Os resultados são mostrados na Tab. (6).

Tabela 6 - Custos variáveis para cada ano.

Custo variável/ano
Ano
Quantidade/ano
Custo variável total em R$ (Qtde/ano x R$1,07)
1
24000
25560
2
25200
26838
3
26400
28116
4
27600
29394
5
28800
30672
6
30000
31950

Somando-se o custo fixo total, vide Tab. (2), e o custo variável total de cada quantidade para cada ano, relacionados na Tab. (6), tem-se as saídas para cada ano, relacionados na Tab. (7).

Tabela 7 - Saídas do projeto por ano.

Saídas do projeto/ano (custo fixo/ano + custo variável/ano)
Ano
Saída total no ano (R$)
1
35910
2
37188
3
38466
4
39744
5
41022
6
42300

Após pesquisas realizadas no mercado, constatou-se que a maioria dos produtos com requisitos de sustentabilidade possui um valor agregado, o que os deixa com preços mais elevados que os produtos comuns. No caso do chaveiro, que já vinham sendo vendidos por discentes na UESC a R$ 2,00, o acréscimo no preço foi de 20% em relação aos chaveiros comuns e semelhantes a ele, que custam em torno de R$1,68, segundo dados levantados em sites que vendem brindes. Sendo assim, como o custo unitário de cada chaveiro é R$1,50, conforme a Tab. (8), o lucro unitário será de R$0,50. Após a determinação do preço de venda e da quantidade de chaveiros que seria vendida por mês e, com isso, no ano, pôde-se então calcular as entradas anuais do projeto.

Tabela 8 - Entradas anuais do projeto.

Entradas anuais
Ano
Quantidade/ano x Preço (R$2,00)
Entrada total no ano (R$)
1
24000 x 2,00
48000
2
25200 x 2,00
50400
3
26400 x 2,00
52800
4
27600 x 2,00
55200
5
28800 x 2,00
57600
6
30000 x 2,00
60000

Com os valores obtidos até aqui, pôde-se então elaborar o fluxo de caixa do projeto, conforme relacionado na Tab. (9). O fluxo de caixa foi calculado da seguinte forma: entrada/ano – saída/ano. A partir deste fluxo, calculou-se o VPL e a TIR, com o auxílio do software Excel®. A TMA considerada para o projeto foi 10%, duas vezes a taxa proporcionada pela aplicação do capital m caderneta de poupança. Assim: VPL=R$50.520,74 e TIR=99,243%. Essa análise, considerando apenas o VPL e a TIR, mostra que o projeto é viável. No entanto, ela não considera os riscos das variáveis aleatórias e, por isso, uma análise mais precisa e detalhada deve ser feita. Neste trabalho, essa análise detalhada é feita por meio da MCS, mostrada na seção a seguir.

Tabela 9 - Fluxo de caixa do projeto.

Fluxo de caixa (Entradas/ano – Saídas/ano)
ANO 0
ANO 1
ANO 2
ANO 3
ANO 4
ANO 5
ANO 6
-R$13000
R$12090
R$13212
R$14334
R$15456
R$16578
R$17700


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